Um pouco de historia do canário

As aves sempre fascinaram a humanidade; uma grande prova disso são as inúmeras pinturas e esculturas encontradas nas pirâmides, desde simples adornos corporais a deuses que têm como representação a figura de diferentes pássaros. A história do canário não é tão remota assim, nem há registos que o relacionem com alguma divindade, mas isso não o torna menos especial que essas aves, representantes dos deuses. Sendo um dos mais procurados dentre todos os pássaros domésticos, o canário é estimado por seu canto suave e harmonioso e beleza de suas cores - e por ser um animal de estimação muito dócil, fácil e barato de cuidar, que faz pouca sujeira e ocupa quase nenhum espaço. A partir desta edição, as revistas Ornitológico trará mais informações, para os iniciantes na canaricultura, sobre esse pássaro que, com seu canto, cativou até a Rainha Elizabeth, que reinou na Inglaterra, na segunda metade do século XVI. Qual a origem desses pequenos pássaros de canto harmonioso? As primeiras notícias sobre a existência do canário ocorreram após a ocupação das Ilhas Canárias pelo navegador João Bethencourt, em 1402. Esse arquipélago, pertencente à Espanha desde o século XV, localizado a pouco mais de cem quilómetros da Costa da África, quase em frente ao deserto do Saara, trata-se de uma região coberta por vegetação e fauna quase inexistentes em outras partes do mundo, onde poucos mamíferos, répteis e batráquios habitavam. E teria sido o habitat original dessa ave, balizada cientificamente com o nome de Serinus canarius e classificada pêlos naturalistas como pertencente à família dos Fringilídeos, no grupo dos Passeriformes. Ícones avium omnium, escrita pelo naturalista suíço, Conrado Gessner, em 1550, foi a primeira obra sobre o canário. Mas a descrição mais completa, desse habitante quase solitário das ilhas que lhe deram o nome, é dada por Ulisses Aldobrandi, em 1559. Diz que o canário silvestre é um pássaro de pequeno porte, não excedendo de doze centímetros. Nidifica em pequenos arbustos. É de cor atraente, de um verde amarelado um pouco acinzentado, com tons escuros nas asas. O dorso com raias pretas, o uropígio é de um verde amarelado, o mesmo ocorrendo com o peito; e esse tom vai se esvaecendo à medida que atinge o ventre. Bicos e pés escuros. Canto alto e sonoro'. Este seria o canário silvestre, habitante natural das Ilhas Canárias, origem de todas as raças actualmente existentes.

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